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25 Out. 2011

Oleiros de barro negro de Molelos ganham Menção Honrosa na Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro

É sempre com muito orgulho, gosto e satisfação que todos os Tondelenses olham para as magníficas obras primas que saem das mãos dos oleiros de barro negro de Molelos. Moldando ou torneando a argila com mestria, agilidade e destreza, estes artistas do barro impõe uma marca, um estilo e uma visão. As modernas gerações de oleiros de Molelos com veia criativa e artística são uma aposta no futuro.

A inovação, a promoção do produto, a sua qualidade, são sinónimos de dinâmica, de planeamento da produção e de visão estratégica de mercado. Perante as adversidades do nosso tempo, souberam não só manter, com padrões de acabamento, a permanência de tipologias dos seus antepassados, como a padela, o tacho, a chocolateira, a malga, mas também criarem novas e arrojadas formas.
Para além do negro, Carlos Lima e Xana Monteiro foram os obreiros de uma mudança estética, de uma criatividade sem limites, de uma inovadora linguagem artística, de uma nova abordagem do padrão funcional dos objectos: servir à mesa com arte, decorar mobiliário com mestria, expor com apresentação e internacionalização.
Como contrapartida deste novo estilo artístico, a Barraca dos Oleiros voltou às origens, momentaneamente, para ganharem na X Bienal Internacional de Cerâmica Artística de Aveiro 2011, uma das cinco Menções Honrosas que foram atribuídas neste certame internacional.
Concorrendo juntamente com 140 artistas de todo o mundo, a sua obra Herança dos nossos antepassados foi, após uma primeira triagem, seleccionada com mais 68 peças de 53 artistas de 13 países do mundo. No final foram atribuídos os tradicionais 1º, 2º e 3º prémios e 5 Menções, de que destacamos aqui a Menção Honrosa de Carlos e Xana.

Título: Herança dos nossos antepassados
Medidas em cm: 125x20x19,5.
Características: apresentaram 5 vasos funerários idênticos aos encontrados na Necrópole do Paranho (Molelos/Tondela) do período da Idade do Bronze, em homenagem a cinco mestres oleiros de Molelos já falecidos (mestres Manuel Shó (Manuel Henriques Ribeiro), António Vista (António Rodrigues do Vale), Zé Cipriano, António Ribeiro e Alexandre Olímpia (Alexandre Marques Coimbra).
Técnicas utilizadas: partiram dos mesmos processos ancestrais, desde a recolha do barro nas barreiras de Molelinhos e da Naia, à sua preparação, à execução das peças à mão, à enforna em castelo e à cozedura num forno a lenha, em carbonação.
Posição da Peça: alinhadas como na foto, tendo em consideração a numeração afixada por debaixo de cada peça de 1 até 5.

A “Barraca dos Oleiros” foi fundada em 1988 por Carlos Lima. Em 1991 começou a trabalhar em parceria com Xana Monteiro. Ao longo destes últimos 20 anos têm conferido ao seu trabalho um cunho pessoal com inovação de formas, de texturas e aperfeiçoamento de acabamentos.
Adquiriram a sua formação como ceramistas no CEARTE e no CENCAL, tendo tido como principais mestres João Reis, Armindo Reis, João Pedro, Manuel Keller, Arcádio Blasco, Lena Louza, Américo Rodrigues. Estagiaram em Itália, ele em 1987 com o ceramista Franco Rampi em Florença, ela em 1990 no “Studio Pandora“ com os ceramistas Andrea Sola e Mara em Turim e em Sorano. Orientam workshops e formações de cerâmica e participam em diversos projectos de design Internacionais como o “Projecto Avancraft” e em concursos/bienais de cerâmica, tendo já obtido variadíssimos prémios.
Fazem parte da Associação de Cerâmica Contemporânea Criativa “Colectivo 3 Cês”.
Têm sido convidados para expor em Portugal, Espanha, França, Alemanha, Irlanda, Canadá, Brasil, onde o seu trabalho tem sido reconhecido, quer na preservação deste património cultural que é a Cerâmica Negra de Molelos, quer na sua inovação e recriação.

 

 

 

 

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