Os Prémios Anim’arte, organizados pela Revista Anim’Arte, através do Grupo de Intervenção e Criatividade Artística de Viseu (GICAV), têm por objectivo premiar personalidades da vida política, social e cultural, assim como artistas, dirigentes associativos, instituições e agentes culturais e desportivos, que se distinguem pela sua actividade em prol do desenvolvimento local e regional, na sua respectiva especialidade.
Mais uma vez Tondela marca presença, como o tem feito nos últimos anos. Recordo o prémio Dirigente Desportivo atribuído a Luís Figueiredo Sá, da Associação Desportiva Recreativa Cultural de Parada de Gonta, o prémio GICAV, a Filipa Duarte, poetisa, o prémio investigação a Luís Peixeira, de Penedono, mas que exerceu funções no museu municipal de Tondela, durante ano e meio, o prémio Mérito Desportivo, ao Escola Futebol Clube de Molelinhos. E mais recentemente o prémio Voluntariado a Maria Nazaré Gonçalves Gouveia de Tondela. Em 2012 foi a vez de prémio Inovação Empreendedorismo ser atribuído à Escola Profissional de Tondela e o prémio Tradição ao artista cerâmico Carlos Lima. A cerâmica negra está assim, mais uma vez, de parabéns.
Fundador da “Barraca dos Oleiros”, em 1988, Carlos Lima estabelece-se em Molelos, freguesia que tem na cerâmica negra o expoente máximo da arte de transformar a argila em maravilhosas e únicas peças cozidas pelo método da cozedura redutora.
Em 1991 começou a trabalhar em parceria com Xana Monteiro e desde aí, têm conferido ao seu trabalho um cunho verdadeiramente pessoal, inovador, revolucionário nas formas e texturas e no aperfeiçoamento dos acabamentos. A que se juntam prémios e convites para feiras e certames internacionais.
Este prémio é atribuído à persistência com que o artista, ao longo dos últimos vinte anos tem sabido aliar a tradição com a inovação, criando verdadeiras obras-primas, como aquelas que podemos apreciar na sala dedicada à louça negra de Molelos no museu municipal Terras de Besteiros em Tondela. Como representante mais “provocador” da olaria de Molelos, atento às novas tendências, Carlos Lima pesquisa, desenvolve e materializa, para além do negro, uma linha variada de produtos vidrados em cozedura redutora. Divulgador do Barro Negro de Molelos em exposições, feiras e eventos em Portugal e no estrangeiro, tem o mérito de não se deixar influenciar por tradições bacocas, desajeitadas e inoperantes.
É por isso que, numa aliança entre o antigo e o moderno, entre as formas “puristas” e o vanguardismo, com renovação conceptual e, ultrapassando mitos e ideias feitas, que Carlos Lima é merecedor deste prémio.
Divisão de Cultura e Comunicação
Museu Municipal