lugares da cadeia operativa tradicional. No pátio da antiga escola primária de Múceres, actual sede da Cooperativa de artesanato do linho, foi possível aos desconhecedores desta arte, outrora caseira e familiar, observar diferentes operações que se realizavam tradicionalmente, acompanhando o calendário agrícola. As mulheres recriaram o ripar da planta, separando a baganha da haste; o maçar e o espadanar de forma a serem separadas as fibras mais grosseiras; o sedar, preparando o linho para ser fiado com roca e fuso... Enquanto algumas das anciãs da terra fiavam sabiamente o linho. Outras ensarilhavam-no talhando-o em meadas, prontas a serem cozidas e coradas ao sol … transformadas em novelos depois de colocadas na dobadoira. Já no interior da escola era possível aos vários interessados nestas voltas do linho, assistirem ao tecer do pano e observarem belos trabalhos efectuados pelas mulheres da Cartelinho. Nesta tarde de Domingo, num ambiente de convívio, foi possível dar a conhecer um pouco da arte tradicional de preparação do linho, contribuindo um pouco mais para a sua revitalização.
No passado dia 21 de Outubro, realizou-se mais uma edição de Domingos na Aldeia, uma organização da Associação Cultural e recreativa de Tondela, em parceria com o Município de Tondela. Desta vez, tendo como cenário a aldeia de Múceres, contou com o apoio da Cooperativa Cartelinho e com a Junta de Freguesia de Castelões. As voltas do linho… para além do habitual convívio entre gerações, foi o que se pretendeu ilustrar nesta tarde soalheira. Os vários elementos da Cartelinho recriaram, com a ajuda das herdeiras mais antigas desta arte, as diferentes etapas que compõem o ciclo do Linho. Assim, enquanto um grupo de mulheres tendiam a massa de deleitosas bolas de sardinha, bacalhau e chouriço cozidas em forno a lenha, outras ocupavam os diferentes