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26 Abr. 2024

Tondela celebrou os 50 anos do 25 de Abril

Numa organização conjunta da Câmara e da Assembleia Municipal, Tondela assinalou esta quinta-feira pela primeira vez o 25 de Abril, com uma sessão solene comemorativa do Dia da Liberdade. Os dois órgãos autárquicos quiseram desta forma assinalar o marco histórico dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

O Salão Nobre dos Paços do Concelho de Tondela encheu para a cerimónia, que juntou o executivo municipal, os presidentes de junta, os membros da Assembleia Municipal e elementos da comunidade.

Na sua intervenção, a presidente da Câmara, Carla Antunes Borges, recordou que o 25 de Abril foi “uma revolução pacífica que determinou o fim de um regime autoritário ditatorial, que transportou nas mãos a liberdade”.

“Hoje celebramos Abril e os seus ideais, este ano assinalado de forma especial. Celebramos 50 anos daquele que é o maior período democrático vivido em Portugal, que permitiu instituir as primeiras eleições presidenciais, legislativas, regionais e autárquicas em que o povo é soberano”, disse.

“Foram 50 anos de vitórias alcançadas, mas nesta nova madrugada, importa refletirmos e afirmarmos Abril. Refletirmos sobre o caminho a seguir, que revoluções iremos abraçar, as ambientais, digitais, económicas ou sociais, e encontrar respostas. Nós eleitos pelo povo temos a obrigação de contribuir para a criação dessas respostas”, acrescentou.

Recordando o trabalho levado a cabo pelo executivo que lidera, Carla Antunes Borges defendeu que os autarcas, “além da criação de políticas de proximidade, devem compreender que nesta nova aurora de Abril, o exercício do seu papel como reguladores locais de gestão de respostas é fundamental”.

A presidente da Câmara concluiu o seu discurso dizendo que importa “manter e preservar o legado democrático, de desenvolvimento económico e social do 25 de Abril”.

Já António Dias, em representação da Mesa da Assembleia Municipal, lembrou que, no último meio século, o país viveu “um ciclo de evolução económica e social, muito significativo, nomeadamente, no acesso ao ensino e aos serviços de saúde, na construção de infraestruturas e na melhoria das condições de trabalho”.

“Assim, estas comemorações devem reforçar a democracia e destacar as principais conquistas do 25 de abril, devem ser um momento de passagem de testemunho, dos que lutaram contra a ditadura e construíram a democracia aos que nasceram em liberdade. Devem ter um efeito de alerta e motivador de uma consciência coletiva de exercício da cidadania para continuarmos a construir a democracia, mantendo presente que nenhuma das conquistas de Abril pode ser dada por adquirida”, alertou.

O representante do grupo parlamentar do PSD, Felisberto Figueiredo, também recordou as “enormes transformações positivas” registadas nos últimos 50 anos em Portugal e no concelho de Tondela.

“Além da conquista da liberdade e da democracia, vivemos uma transformação económica e de desenvolvimento assinalável. O poder local foi certamente das maiores conquistas, senão a maior. Foi e é no poder local que os portugueses têm acesso próximo a quem pode escutá-los e ajudar a resolver os seus problemas. Foi o poder local que fez e faz do nosso concelho uma realidade totalmente diferente, para melhor, daquela que era há cinquenta anos”, afirmou.

Por seu lado, Rui Santos, do PS, congratulou-se por “finalmente a Assembleia Municipal ter decidido realizar uma sessão solene comemorativa do 25 de Abril”.

“Além do valor incomensurável da devolução da liberdade e democracia ao povo português, o 25 de Abril foi o momento que veio tornar possível a instituição das autarquias e do poder autárquico democrático, dotado de recursos próprios não dependentes do pedido de chapéu na mão junto dos governos”, argumentou, partilhando algumas das suas vivências do antes e do depois do 25 de Abril de 1974.

E Sandra Lourenço, a representante do Chega, sustentou que Abril trouxe o restabelecimento das liberdades, em particular às mulheres.

“Grande parte da multidão que se fez ouvir eram mulheres, cansadas de serem tratadas como seres inferiores, incapazes, diferentes e ausentes. O Estado Novo assemelhava as mulheres a seres mitificados. As diretivas educadoras confinavam-nos a nós, mulheres, ao lar onde desempenhávamos a atividade de esposas e de mães sacrificadas. Ser mulher era um desafio e continuar a ser. Hoje podemos ser e ter liberdade de expressão, mas não foi sempre assim”, lembrou.

A sessão solene evocativa dos 50 anos do 25 de Abril incluiu além dos discursos a apresentação de um vídeo com dezenas de testemunhos sobre o significado do 25 de Abril.

As celebrações culminaram com um momento musical a cargo do Coro Polifónico da Casa do Povo de Tondela, que entre outros temas interpretou o Hino Nacional e o Grândola Vila Morena.

 

 

 

 

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