Ainda hoje, como manda a tradição, são seleccionadas as uvas… umas aproveitadas à mesa como fruta, outras transformadas no líquido tão apreciado. É tempo de vindimas!
Em tempos mais antigos, os cachos eram cuidadosamente cortados e colocados em canastras ou gamelas de madeira, sendo posteriormente transportados a braços para o lagar. As uvas depositadas nas dornas de granito, eram pisadas pelos pés dos homens.
Acompanhadas por uma sucessão de movimentos ritmados, as horas passavam ao som de cantigas que davam alento ao cansaço sentido pelas pernas. Actualmente o processo de esmagamento é totalmente mecânico, tendo sido dispensados os movimentos compassados dos homens.
As uvas pisadas transformavam-se num mosto fervente que, depois de coado com panos de estopa ou num funil próprio, era levado em cântaros de barro, ou de folha-de-flandres, para a adega e aí colocado em pipas de madeira de castanho. Este líquido permanecia em repouso durante todo o Inverno, mais tarde era distribuído por pipos, ou vasilhas de menor dimensão.
As mulheres, dispensadas após a entrada das uvas no espaço do lagar, preparavam petiscos para compensar o esforço dispendido pelos homens. Era o festejo em volta da mesa preenchida com pão, queijo, enchidos e frituras, muitas vezes rematado com um apreciado arroz de cabidela.
Um pouco por todo o mundo agrícola se inicia agora a Festa das Vindimas, em celebração do vinho, e do ciclo de trabalho agrícola. Actualmente ao reflectir tempos modernos, sob o olhar atento das leis de controlo de higiene e qualidade alimentar, traz necessariamente processos distintos da produção artesanal tradicional.

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Museu Municipal