Integrado na Festa do Livro e da Leitura 2010, este lançamento em Tondela fez parte do conjunto de iniciativas editoriais que o Pelouro da Cultura do Município apoiou recentemente. Sendo obras de investigação que contemplam temáticas da história e das vivências no Concelho de Tondela, não poderia o Município perder a rara oportunidade de ter entre nós tão conhecidos investigadores. Foi assim com Maria Filomena Mónica. Após a prolongada sessão da Assembleia Municipal, órgão máximo das decisões políticas que a todos os cidadãos do Concelho diz respeito, houve tempo para ouvir com muita atenção a prestigiada autora. Licenciada em Filosofia, pela Universidade de Lisboa e doutorada em Sociologia pela Universidade de Oxford, era investigadora-coordenadora (aposentada) do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Possuidora de um vasto currículo académico, tem no século XIX português e no seu sistema político, estudos de referência. Presidiu a esta sessão, o Sr. Vice-Presidente e Vereador do Pelouro da Cultura, Dr. José António de Jesus. Igualmente na mesa, a representante da Alêtheia Editores, Alexandra Louro. Após palavras de cumprimentos e agradecimentos pelo convite aceite, o Sr. Vereador da Cultura apresentou a autora e o seu percurso académico. Referiu o contributo para a obra sobre Fontes Pereira de Melo, da correspondência entre Fontes e Tomaz Ribeiro, poeta e político tondelense que privou de perto com o reformista. As fontes manuscritas que o Município possui foram cedidas à autora para a investigação histórica que efectuou. Seguiu-se a apresentação do biografado pela autora. Em suma, após os anos conturbados da guerra civil de 1846-47, com o derrube de Costa Cabral e os constantes ventos revolucionários vindos da Europa, o Portugal dos primeiros anos da década de 1850 pareceu acreditar que o pior tinha passado. O ciclo das Reacções tinha passado, assim como as Revoluções. Chegara o Fomento e com ele a figura de Fontes Pereira de Melo. Estradas, pontes, o caminho-de-ferro, diversas obras públicas de relevo, o Palácio de Cristal, a instalação do telégrafo. E com tudo isto a figura do Homem que, “adoptando um meio-termo, procurando conciliar todas as opiniões, procurando chegar a um acordo com os homens das ideias mais extremas de um lado e de outro”, conseguiu o mote para o arranque económico, social e cultural do País rural, pobre e sempre adiado. Parafraseando a autora: “foram momentos felizes”. Tratou-se pois de um grande lançamento editorial em Tondela, visto tratar-se igualmente de uma época histórica da máxima importância para a compreensão da história do tempo presente. No final da apresentação, inúmeros presentes, tendo adquirido as obras de Maria Filomena Mónica que estavam à disposição no hall de entrada do Auditório, procuraram junto da autora o autógrafo tão esperado. Na certeza de que todos comungaram de um grande momento cultural que o Pelouro da Cultura do Município proporcionou.
Divisão de Cultura