A abertura desta Acção foi feita pelo Chefe de Divisão do Desporto, Juventude e Turismo, Prof. Carlos Henriques, intervindo de seguida a Dra. Teresa Teixeira, técnica do Instituto Português da Juventude que explicou de uma forma geral o que é o voluntariado, como se deve comportar um voluntário, o que fazer e onde se dirigir, e em que áreas se podem candidatar. Também foram apresentados o SVE - Serviço de Voluntariado Europeu e os projectos de voluntariado internacionais em que os jovens podem participar.
De seguida, a Dra. Isabel Baptista, professora da disciplina da EMRC – Educação Moral Religiosa e Católica da Escola Secundária de Tondela, deu o seu importante testemunho sobre a forma como começou o seu trabalho de voluntária já há vários anos, explicando ainda aos jovens que ser Voluntário, é ser uma pessoa que, motivada por valores de participação e solidariedade, doa o seu TEMPO, TRABALHO e TALENTO, de maneira espontânea e não remunerada, para uma causa de interesse social e comunitário. De grande importância foi também o testemunho de 5 jovens, a Sara Norte, a Joana, a Laura, o David e o João, que se disponibilizaram a falar das suas experiências de voluntariado vividas com os sem abrigo e toxicodependentes, referindo que é um trabalho muito duro mas também extremamente gratificante.
Relatamos apenas alguns excertos dos testemunhos apresentados: “…Mais concretamente, o voluntariado, é sem dúvida uma das melhores formas de ajudar alguém, já que neste tipo de acções o único objectivo é mesmo só ajudar, dando algum tempo e carinho a quem precisa sem pensarmos em nada relacionado com recompensas. A única compensação que advém deste tipo de acções, é um sentimento natural que se sente após nos apercebermos da importância e utilidade dos nossos gestos perante quem mais precisa…” João Natividade
“…Experimentei sentimentos de medo e curiosidade pelo desconhecido e que me parecia tão perigoso, tão irreal e tão agressivo; de ansiedade e angústia por tão pouco poder fazer por quem de tão pouco precisa; de impotência perante uma sociedade que é tão indiferente ao que se passa aos seus pés; de felicidade por, apenas, com uma palavra, um gesto, um sorriso, conseguir, de rostos tão marcados pela amargura, um sorriso ou um simples monossílabo; de bem-estar por, por segundos, trazer àqueles olhares distantes a sensação de que alguém os vê. CONVENÇAMO-NOS QUE TODOS TEMOS MUITAS SEMENTINHAS QUE PARECEM INSIGNIFICANTES, MAS QUANDO SEMEADAS PRODUZEM FRUTOS.” Sara Norte
“Já em Lisboa, entendi o verdadeiro sentido de “voluntariado”. Dar tudo o que temos a quem não tem nada. Ficar sujo, a cheirar ao mesmo que aqueles que estamos a ajudar. Tudo isso não tem importância porque ficamos limpos por dentro. É no serviço de voluntário que aprendemos o valor do silêncio, a importância do sorriso e do olhar. Quando contactamos com sem-abrigo, sentimo-nos pequenos como uma formiga. Quem vive como nós vivemos não tem muita coragem de falar…só quem sofre e vive mal (seja de que forma for) e que se pode orgulhar de sobreviver ao hostil mundo dos homens modernos…” Laura Brito
“Receber um aperto de mão, como o daquele senhor que naquela noite escolhera umas escadas para fazer a sua cama, receber um sorriso maravilhoso como o daquela senhora que varria o que para nós é uma simples fonte mas para ela era o lugar que naquela noite e em muitas noites tinha sido a sua casa, receber histórias fantásticas como as daquelas duas pessoas que estavam nas escadas de uma igreja. Receber tanto em troca de tão pouco, para nós é tão pouco, mas para aquelas pessoas que trazem na cara as marcas de uma vida sofrida é a refeição de um dia, às vezes de dois dias. O voluntariado é isto mesmo, dar e receber, para mim receber mais do que dar, porque tive a sorte de ser uma privilegiada nesta vida, para aquelas pessoas, ás quais a vida por um ou outro motivo pregou uma partida certamente o trabalho do voluntário é dar. Todas aquelas pessoas desde o Campo grande ao Chiado me ensinaram com um simples olhar mais do que muitos livros da escola, ensinaram-me a dar valor às coisas que parecem ser insignificantes, ensinaram-me a olhar para o mundo em que vive-mos de maneira diferente, ensinaram-me a apreciar um sorriso sincero de quem nada mais tem a dizer, ensinaram-me a ser talvez uma pessoa melhor.” Joana Figueiredo
A participação de duas jovens, Marta e Maria João da assistência foi também bastante interessante contando as suas vivências enquanto voluntários em projectos da Comunidade Vida e Paz e Companheiros de Emaús, de Abbê Pierre. Estas comunidades são abertas a toda a pessoa, sem olhar à raça, cor, religião ou sexo.
“Há sempre alguém a precisar de uma mão”. Informa-te de instituições que precisam de voluntários. Há milhares de pessoas cujo melhor presente seria um pouco da tua atenção e do teu carinho. Actualmente, o voluntariado tem vindo a crescer porque as pessoas já se aperceberam que este é um bom caminho para ajudar o próximo e ao mesmo tempo ajudar-se a si mesmo. “Com valores simples como o amor podemos dar e receber muito.” In Nós - Ser voluntário dar o primeiro passo – IPJ Gabinete da Juventude Município de Tondela
